Seria a Blockchain uma Luz no fim do túnel?

Você já pensou em viver num país onde uma criança ao nascer venha com seu nome registrado,  documentos como RG e CPF prontos, informações cruciais como tipo sanguíneo, peso, altura, doenças, registros de vacinas já tomadas, data já pré estabelecida das próximas a tomar e uma gama de informações relevantes para o futuro da vida dessa criança? Já pensou também em ir numa concessionária e comprar um carro novinho em folha e sair de lá com toda documentação de compra, o CRV (certificado de registro de veículo) e todas as informações de onde, quando , quem fabricou cada peça do carro? E já pensou também na venda de um imóvel sobre sua propriedade ser concluída rapidamente sem necessidade de perder tempo em filas e burocracia de cartórios?

Pois é, esse país já existe e está a pelo menos há uns 15 anos a frente dos outros países, no uso e adoção de uma tecnologia disruptiva chamada de Blockchain.  Esse país é a Estônia. O pequeno país fornece mais de 1.000 serviços à população pela internet sem a necessidade de intermediários e, principalmente, sem a burocracia. Foi também o primeiro país a oferecer um serviço estatal de vanguarda: o e-Residency. Trata-se de uma identidade digital emitida pelo governo que fornece acesso ao ambiente de negócios digital transparente do país. O e-Residency permite que empreendedores digitais gerenciam seus negócios remotamente. Este tipo de serviço, permite a qualquer cidadão do mundo, que se registre como um cidadão eletrônico da Estônia, possa, a partir daí, criar uma empresa ou registrar a sua atividade em território europeu. O e-Residency, apoiado pelo governo do país, garante legitimidade aos criptoativos. Os setores judiciário, legislativo, saúde e segurança já possuem a tecnologia blockchain inserida em suas estruturas. A Estônia foi também o primeiro país no mundo a usar o serviço de votação eletrônica baseada em blockchain.

A Blockchain permite um maior dinamismo e realmente abre um rol muito amplo para sua aplicação. O Brasil atualmente ocupa a posição 124 entre 190 países no ranking global sobre facilidade em fazer negócios (burocracia), estamos muito aquém no quesito de adoção dessa tecnologia. Mas o Governo já começou a vislumbrar com “bons olhos” o quanto essa tecnologia poderá facilitar a vida dos brasileiros, economizar os gastos da máquina pública, e tornar um Estado mais eficiente,  enxuto e com menor risco de corrupção. O mundo tem estado no caminho da digitalização, como tem sido visto em muitos setores, como varejo e entretenimento por exemplo. A usabilidade dessa tecnologia pelos governos pode estar presente em vários aspectos: Saúde, controle de fronteira, mercado imobiliário, energia, turismo, gestão de resíduos, registros predial, tributação, setor financeiro , bancos… Seria a Blockchain o elo perdido para ajudar os governos a se tornarem totalmente digitalizados? Os governos já estão cientes que  não podem deixar de lado a tecnologia do blockchain, ou estariam desperdiçando a chance de participar da mais  importante revolução tecnológica do século XXI até o momento.

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